Miguel Silva esteve presente em mais uma prova no Campeonato Open de Velocidade Vodafone. O circuito do Estoril foi o palco da antepenúltima prova do campeonato, com organização do Motor Clube do Estoril num fim-de-semana com sol, apesar do augúrio das chuvas de sexta que faziam prever uma prova mais complicada.
Na classe Promocup 1000, os pilotos mais rápidos rodaram nos treinos cronometrados a 1:51, uma larga distância para os 2:11 do último piloto a fechar o circuito.
Já na corrida, a melhor volta – 1:49,978 - fê-la Fernando Neto, piloto que veio da Classe Stocksport, para se sagrar, sem surpresas, vencedor da corrida. Seguiram-se Cláudio Silva e Luís Martins, aos comandos de Suzuki GSXR1000. Mais uma vez esta dupla manteve uma luta acesa pelos lugares da frente, a que já nos habituaram no decurso deste campeonato.
Nas 600 foi António Gonçalves a cruzar a meta na primeira posição, aos comandos de Suzuki GSXR 600, seguido de Eusébio Nogueira, em Honda CBR 600RR, que realizou a melhor volta das 600, a 1:52,139, na 8ª volta. O terceiro lugar do pódio coube a Nuno Nogueira, em Yamaha R6.
Para Miguel Silva o fim-de-semana não esteve tão soalheiro, tendo sofrido uma queda nos treinos livres danificando as carenagens da sua Suzuki GSXR 1000, impossibilitando-o de comparecer nos treinos cronometrados e encontrar o melhor compromisso de afinação de suspensões para a corrida.
Partindo da 20ª posição na grelha, o piloto de Coimbra estava ainda por descobrir que o infortúnio da queda não haveria de ser o seu único prejuízo naquela corrida. Tentando recuperar algumas posições na tabela, e a 5 voltas do final da partida, uma falha continuada na injecção impediram o piloto de progredir, na aproximação do grupo onde rodavam Mário Alves, em Honda CBR 1000RR, Paulo Amaral, em Ducati 1098S, e José Silva em Yamaha R6. Com a moto mais lenta nas zonas rápidas, Miguel Silva tentou recuperar nas zonas mais lentas e nas travagens, cruzando a meta na 11ª posição.
“Não foi um fim-de-semana nada fácil, para mim ou para a minha equipa. A moto ficou com as carenagens bastante danificadas na queda, o que me impossibilitou de fazer os treinos cronometrados. Muito do trabalho na afinação de suspensões é feito na pista, entre estes treinos, de acordo com as respostas que a moto dá face às condições gerais. Sem possibilidade de testar a afinação nos treinos, não conseguimos, como seria de esperar, encontrar o melhor compromisso para as suspensões. Como se isso não fosse o suficiente para estragar uma corrida, voltei a ter problemas na injecção da minha moto. Já não é a primeira vez que isto acontece, teremos agora de encontrar o problema antes da próxima corrida de Huelva”, comentou o piloto.
Relativamente ao Campeonato, Miguel Silva comentou ainda que “A Classe Promocup em Portugal acaba por ter pilotos com vários níveis de experiência e motos com níveis de preparação dependente da carteira de cada um, não sendo uma verdadeira classe de promoção e de angariação de novos pilotos. O que se verifica é que os pilotos que não conseguem ter protagonismo na classe seguinte, stockport, pelos mais variados motivos, acabam por não sair ou então regressar à Promocup, para poderem ser notícia e com isso tentarem angariar alguns apoios para poderem continuar a correr. Seria interessante criar as categorias de veteranos, rokkies e expert para aqueles que tem mais de 3 anos de experiência. O que não aparece nos resultados é que há pilotos com mais de 10 anos de corridas e que na classe promocup naturalmente se evidenciam, contra os que estão a começar e que estão a conhecer pela primeira vez as trajectórias, o comportamento das motos em pista, as diversas possibilidades de afinação da moto, a melhor postura do corpo na moto e gerir toda a logística e tantas novidades que se apresentam pela primeira vez. Por isso qualquer participação no COV é, já por si, uma prova de resistência importante. Gostaria de felicitar todos os pilotos participantes e todas as empresas que apoiam, organizações, meios de comunicação social, as pessoas que incógnitas também ajudam e o público que participa e que procura informação. Estas pessoas são as responsáveis pela continuação do desporto motociclista em Portugal.” |